A volta do sarampo

 Com a volta do sarampo e baixa cobertura vacinal, Brasil vive sob risco de uma epidemia da doença.

 

Em 2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo da Organização Mundial da Saúde (OMS), como resultado do esforço nacional para acabar com uma doença infantil altamente contagiosa e potencialmente grave, mas para a qual existe vacina.

No entanto, em 2018, o vírus voltou a circular no país, embora a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, faça parte do Calendário Nacional de Vacinação e seja oferecida gratuitamente pelo SUS. Nesse ano, o Brasil registrou 9.325 casos da doença.

De lá para cá, a situação só piorou: entre 2018 e 2021, houve quase 40 mil casos de sarampo no país, com 40 óbitos. É sempre muito triste que ainda haja crianças morrendo de uma doença evitável por meio de uma vacina cuja taxa de eficácia contra a infecção seja de 97%. O dado, contudo, revela outro aspecto: desde 2015, o Brasil apresenta queda da cobertura vacinal de todas as vacinas.

Os motivos para a diminuição, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), são muitos: falta de informação dos profissionais de saúde acerca do calendário vacinal; falta de informação da população; falta de confiança nos governantes, instituições e profissionais de saúde; horário limitado de funcionamento dos postos de saúde; desinformação; comunicação falha; e crescimento do movimento antivacinista.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) instituiu, em 1990, a obrigatoriedade da vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. A vacina contra o sarampo se enquadra nesse quesito, mas o Brasil é a única nação das Américas a manter transmissão sustentada do vírus do sarampo.

É essencial que aumentos a cobertura vacinal, pois embora a vacina seja altamente eficiente na prevenção da infecção, para que todas as pessoas vulneráveis estejam protegidas é necessária uma cobertura vacinal superior a 90%.

Não podemos permitir que crianças ainda morram de doenças para as quais exista uma vacina segura, eficaz e disponível gratuitamente. Se você ainda não vacinou seus filhos, vá até a UBS mais próxima e regularize a carteira vacinal das crianças.

Leia mais: https://drauziovarella.uol.com.br/coluna-2/o-risco-de-uma-epidemia-de-sarampo-no-brasil-coluna/

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