Vamos falar sobre vacinação infantil?




Vacinas são feitas para proteger o corpo de doenças graves que vão da poliomielite ao tétano e à gripe. Muitos especialistas consideram as vacinas a parte mais importante da medicina preventiva na infância, ao lado da melhora das condições sanitárias e do uso criterioso de antibióticos.

Ao longo dos anos, o número de vacinas para bebês e crianças subiu consideravelmente, o que pode deixar pais e mães às vezes aflitos. O que ocorre é que, nas últimas décadas, houve grande avanço no desenvolvimento de novas imunizações contra doenças que até bem pouco tempo atrás tinham consequências seriíssimas e até fatais em crianças, como certos tipos de
meningite ou de pneumonia.

O tempo que demora para uma vacina defender o organismo tem relação com o número de doses ou de reforços e com o tipo de vacina. Uma vacina fracionada leva mais tempo para criar a imunidade ideal, porém já oferece certa proteção depois da primeira dose.

De modo geral, o corpo costuma levar de 2 a 4 semanas para criar a imunidade desejada contra uma doença, a partir da vacinação.

A maioria das vacinas tendem a precisar de reforços para que a resposta imunológica chegue a um ponto de proteção forte do organismo. É mais ou menos assim: a primeira dose "acorda" os soldados de defesa do corpo para um potencial perigo, e as doses de reforço armam as tropas de vez e as lembram de que precisam lutar.

"Alguns pais ficam preocupados com o número de doses da mesma vacina no esquema básico de vacinação do primeiro ano. O que ocorre é que o bebê requer mais doses para obter a mesma imunidade de uma criança maior ou um adulto com às vezes uma única dose", explica o pediatra Fábio Picchi, integrante do Conselho Médico do BabyCenter. Outro ponto é que com o tempo, dependendo do tipo de vacina, as defesas contra a doença caem, e a dose de reforço serve para elevar a imunidade novamente caso ocorra uma infecção.
Não existe vacina que garanta imunidade a absolutamente todas as pessoas que a recebam. Por motivos ainda desconhecidos da ciência, algumas pessoas vacinadas não se tornam imunes e correm o risco de pegar a doença.

Há ainda casos em que a imunidade de alguém vacinado cai com o passar do tempo se a pessoa não receber doses de reforço.

Apesar de tudo isso, vacinas oferecem a melhor chance de proteção contra doenças infecciosas que já causaram epidemias gravíssimas na história da humanidade (como varíola), dizimando populações. E são uma ferramenta para evitar que doenças consideradas "simples", como catapora e caxumba, causem complicações e sequelas graves.


De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é obrigatório sim dar "a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias", o que inclui as imunizações previstas pelo Programa Nacional de Imunizações, assim como campanhas específicas do governo para vacinas em épocas de surtos.

A lei prevê que famílias que negligenciem os cuidados básicos de saúde e bem-estar dos filhos enfrentem punições que vão de encaminhamento a prestação de serviços em programas sociais à perda de guarda dos filhos.

Uma forma de entender por que governos e especialistas consideram vacinas tão essenciais é a seguinte: a difteria, por exemplo, é uma doença grave, porém praticamente erradicada no país. O problema é que ela pode vir a se alastrar de novo, a qualquer momento, se a quantidade de crianças vacinadas cair, inclusive em outras partes do mundo.
No Brasil, devido à queda nos índices de vacinação, tem sido observado o aumento da incidência de doenças como sarampo e coqueluche.

A chamada imunidade de rebanho acontece nas doenças virais. Numa população em que mais de 85 por cento a 90 por cento das crianças sejam vacinadas, é mais difícil para o restante adoecer. Mas ainda assim o risco existe, e não faz sentido "confiar" nessa imunidade de rebanho para deixar de vacinar uma criança. Já para doenças bacterianas, como a perigosa meningite meningocócica, o efeito da imunidade de rebanho não vale, porque o meningococo persiste nas vias respiratórias mesmo de uma população com alta taxa de imunização.


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